O guaraná (Paullinia cupana), fruto nativo da Amazônia, tem despertado crescente interesse na comunidade científica por suas propriedades bioativas, especialmente devido ao seu elevado teor de cafeína e compostos fenólicos. Sua aplicação na nutrição funcional e clínica tem sido investigada em diversas áreas, como desempenho cognitivo, metabolismo energético, controle do peso corporal e saúde cardiovascular.
Neste post, reunimos uma seleção de artigos científicos que exploram os efeitos fisiológicos e terapêuticos do guaraná. Os estudos estão apresentados em formato de resumo para facilitar a leitura, mantendo, contudo, todas as referências originais para consulta dos profissionais que desejarem aprofundar-se nos dados apresentados.
Resumo Científico
Diversos estudos científicos têm destacado os efeitos positivos do guaraná (Paullinia cupana), especialmente relacionados à sua alta concentração de cafeína. Pesquisas indicam que sua suplementação pode promover:
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Melhora da função cognitiva
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Redução da fadiga
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Aceleração do metabolismo
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Ação antioxidante e anti-inflamatória
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Regulação da pressão arterial e oxidação do LDL
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Atividade antimicrobiana
Além disso, há evidências de seu potencial antienvelhecimento, efeitos neuroprotetores, ação sobre a microbiota intestinal e influência positiva no desempenho esportivo. Embora muitos dados venham de estudos in vitro e com animais, os resultados são promissores e apontam para aplicações relevantes em humanos — desde que respaldadas por novos ensaios clínicos.
Principais Benefícios Cientificamente Investigados
🌿 Estímulo cognitivo e melhora da atenção
🌿 Redução da fadiga física e mental
🌿 Efeito antioxidante e anti-inflamatório
🌿 Potencial neuroprotetor (Alzheimer, estresse oxidativo)
🌿 Regulação de marcadores metabólicos (colesterol, glicose)
🌿 Influência positiva na microbiota intestinal
🌿 Propriedades antimicrobianas e anticancerígenas
🌿 Contribuição ergogênica em atividades físicas
Aplicações Nutricionais e Clínicas
💡 Suplementação funcional:
Uso em cápsulas, bebidas e formulações em pó, com doses ajustadas de cafeína natural.
💡 Nutrição esportiva:
Aumenta energia e resistência em atividades físicas prolongadas.
💡 Saúde metabólica:
Auxilia na prevenção de doenças crônicas como obesidade e diabetes tipo 2.
💡 Saúde mental e bem-estar:
Promove foco, disposição e redução da exaustão mental.
Considerações Finais
O guaraná é uma planta versátil com aplicações cada vez mais reconhecidas na prática nutricional. Seus efeitos estimulantes, antioxidantes e neuroprotetores são respaldados por evidências científicas crescentes, ainda que muitas derivem de estudos pré-clínicos. O potencial do guaraná como ativo funcional e terapêutico, aliado à sua tradição de uso e segurança, consolida seu papel como um superalimento amazônico de alto valor para a saúde humana.
📚 Todos os estudos citados estão resumidos com referências disponíveis. Para acesso completo, entre em contato com nossa equipe técnica.
ARTIGOS CIENTÍFICOS
O artigo intitulado "Paullinia cupana: a multipurpose plant – a review", publicado na Revista Brasileira de Farmacognosia em 2019, oferece uma revisão abrangente sobre o guaraná (Paullinia cupana Kunth, Sapindaceae), uma planta nativa da Amazônia brasileira com vasto uso tradicional e aplicações modernas na indústria alimentícia, cosmética e farmacêutica. A revisão aborda desde aspectos botânicos e históricos até suas propriedades farmacológicas, toxicidade, controle de qualidade e métodos de padronização de extratos. O guaraná é destacado por seu alto teor de cafeína e taninos, que conferem efeitos estimulantes, antioxidantes, neuroprotetores e antiobesidade, entre outros. Além disso, o artigo discute desafios como a contaminação por fungos e hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAPs), bem como a necessidade de padronização para garantir segurança e eficácia.
Introdução
O guaraná (Paullinia cupana) é uma planta de grande importância cultural e econômica no Brasil, especialmente na região amazônica. Historicamente utilizado por indígenas como estimulante, hoje é amplamente empregado na produção de bebidas, suplementos e medicamentos. Suas sementes são ricas em metilxantinas (como cafeína, teobromina e teofilina) e taninos, responsáveis por diversas atividades farmacológicas. Apesar de seus benefícios, há preocupações quanto à qualidade, toxicidade e interações medicamentosas, exigindo estudos aprofundados e métodos de controle rigorosos.
Principais Tópicos Abordados:
1. História e Cultivo:
· O guaraná foi domesticado por indígenas Maués e incorporado à farmacopeia brasileira em 1977.
· O Brasil é o maior produtor mundial, com destaque para os estados do Amazonas e Bahia.
· A antracnose, doença causada pelo fungo Colletotrichum guaranicola, é um desafio para a produção, mas variedades resistentes estão sendo desenvolvidas.
2. Características Botânicas e Químicas:
· Planta trepadeira com frutos vermelhos e sementes negras ricas em cafeína (2,41–5,07%) e taninos condensados (5–14,1%).
· Outros compostos incluem saponinas, polissacarídeos, ácidos graxos e minerais como manganês e rubídio.
3. Propriedades Farmacológicas:
· Estimulante: Efeitos cognitivos e redução de fadiga, atribuídos à cafeína e sinergia com taninos.
· Antioxidante: Proteção contra estresse oxidativo e envelhecimento celular.
· Neuroproteção: Potencial para tratar doenças como Alzheimer, inibindo a acetilcolinesterase.
· Antimicrobiano: Atividade contra bactérias como Streptococcus mutans (cárie dentária).
· Anticancerígeno: Redução da proliferação de células tumorais em modelos experimentais.
4. Toxicologia:
· Extratos de guaraná apresentam baixa toxicidade em estudos agudos, mas efeitos hepatotóxicos foram observados em doses crônicas elevadas.
· Interações com anticoagulantes e antiarrítmicos (como amiodarona) requerem cautela.
5. Controle de Qualidade:
· Métodos de secagem e armazenamento impactam a qualidade das sementes.
· Contaminação por micotoxinas e HAPs exige monitoramento rigoroso.
· Técnicas analíticas como HPLC e espectrofotometria são essenciais para padronização.
6. Padronização e Formas Farmacêuticas:
· Diferentes métodos de extração (supercrítica, hidroalcoólica) influenciam o perfil químico e a eficácia.
· Desenvolvimento de comprimidos e microesferas para garantir dosagem precisa e estabilidade.
Conclusão:
O guaraná é uma planta versátil com comprovados benefícios à saúde, mas sua utilização segura e eficaz depende de padronização rigorosa, controle de qualidade e mais estudos clínicos. A revisão ressalta a necessidade de equilibrar exploração econômica com sustentabilidade e segurança, destacando o potencial do guaraná como fonte de bioativos para aplicações terapêuticas inovadoras.
Referência:
MARQUES, L. L. M. et al. Paullinia cupana: a multipurpose plant – a review. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 29, n. 1, p. 77–110, jan. 2019.
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O artigo "Guaraná como fonte de compostos bioativos" foi publicadofoi publicado no Journal of Food Bioactives em 2019. Os autores Cintia Pereira Silva, Rosana Aparecida Manólio Soares-Freitas, Geni Rodrigues Sampaio, Adriano Costa de Camargo e Elizabeth Aparecida Ferraz Silva Torres, vinculados à Universidade de São Paulo (USP) e à Pontifícia Universidade Católica do Chile, analisam os benefícios potenciais do guaraná ( Paullinia cupanae), uma planta da Amazônia amplamente utilizada como fonte de cafeína e compostos bioativos.
O estudo destaca que as sementes de guaraná contêm catequina, epicatequina, procianidina B1 e procianidina B2, além da cafeína, e que esses compostos podem oferecer benefícios à saúde, incluindo melhoria da função cognitiva, prevenção de doenças cardiovasculares, ação anti-hiperglicêmica e atividade antimicrobiana. No entanto, os autores enfatizam a necessidade de mais estudos clínicos para confirmar esses efeitos em humanos.
Essa revisão reforça o papel do guaraná como um ingrediente funcional promissor e explora sua bioacessibilidade, biodisponibilidade e interações com outros compostos alimentares.
Introdução
As doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), como doenças cardiovasculares, câncer, diabetes e doenças respiratórias, representam os maiores desafios de saúde do século XXI, sendo responsáveis por 71% das mortes globais. Uma alimentação saudável, rica em frutas e vegetais, pode ajudar na prevenção dessas doenças devido à presença de compostos bioativos, como os polifenóis.
O guaraná (Paullinia cupana), originário da Amazônia, é amplamente utilizado como estimulante devido ao seu alto teor de cafeína. Além disso, suas sementes são ricas em compostos bioativos com propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias, antimicrobianas e benéficas para a saúde metabólica e cognitiva. O artigo busca revisar as evidências científicas sobre os benefícios do guaraná, sua biodisponibilidade e aplicações potenciais na nutrição e na saúde.
Composição Química do Guaraná
Estudos indicam que o guaraná contém:
· Metilxantinas: Cafeína e teobromina
· Polifenóis: Catequina, epicatequina, procianidina B1 e procianidina B2
· Outros compostos bioativos: Flavonoides e ácidos fenólicos
A presença desses compostos confere ao guaraná propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e moduladoras do metabolismo lipídico e glicídico.
Efeitos do Guaraná na Saúde
- Proteção Cardiovascular
- O consumo regular de guaraná foi associado à redução da oxidação do LDL-colesterol (LDL-c), um fator de risco para doenças cardiovasculares.
- Em idosos, o consumo frequente de guaraná prejudica a prevalência de hipertensão, obesidade e síndrome metabólica.
- Atividade Antioxidante e Antiinflamatória
- Estudos revelam que o guaraná aumenta a atividade de enzimas antioxidantes, como glutationa peroxidase e catalase.
- Sua ação antioxidante pode reduzir danos oxidativos no DNA e diminuir inflamações.
- Efeitos Metabólicos e Antidiabéticos
- O guaraná inibiu in vitro as enzimas α-amilase e α-glicosidase , responsáveis pela digestão de carboidratos, proporcionando um potencial efeito anti-hiperglicêmico útil para o manejo do diabetes tipo 2.
- Influência na Microbiota Intestinal
- Estudos com ratos indicaram que o consumo de guaraná altera a composição da microbiota intestinal, podendo impactar a saúde metabólica.
- Atividade Antimicrobiana
- Extratos de guaraná demonstraram ação contra bactérias patogênicas, incluindo Streptococcus mutans (relacionado à formação de placa dental) e Escherichia coli , além de fungos como Aspergillus niger e Trichoderma viride .
- Efeitos Cognitivos e Neurológicos
- O guaraná melhora a função cognitiva, reduz a fadiga mental e pode ter efeitos neuroprotetores.
- Em um estudo clínico, um suplemento contendo guaraná melhora o desempenho cognitivo de jovens adultos e prejudica a fadiga mental.
- Os efeitos são atribuídos tanto à cafeína quanto aos polifenóis com potencial neuroprotetor.
- Atividade Antitumoral
- Estudos in vitro e in vivo sugerem que o guaraná pode inibir a prescrição de células cancerígenas e potencializar a ação de quimioterápicos.
- Os mecanismos incluem a inibição das vias de sinalização AKT/mTOR/S6K e MAPKs , associadas ao crescimento tumoral.
Conclusão
O guaraná contém uma variedade de compostos bioativos com potenciais benefícios à saúde, incluindo efeitos antioxidantes, anti-inflamatórios, cardiovasculares, metabólicos e neuroprotetores. Além disso, apresenta propriedades antimicrobianas e pode ser um coadjuvante no tratamento do câncer.
No entanto, grande parte das evidências vem de estudos in vitro e em animais. Para confirmar seus benefícios em humanos, são necessários mais ensaios clínicos que avaliem sua eficácia e segurança em longo prazo.
O artigo reforça o potencial do guaraná como um ingrediente funcional e nutracêutico, abrindo espaço para pesquisas futuras sobre sua aplicação na prevenção e no tratamento de diversas doenças.
Referências
SILVA, C. P. DA et al. Guarana as a source of bioactive compounds. Journal of Food Bioactives, v. 6, 30 jun. 2019.
O artigo “O uso do guaraná ( Paullinia cupana ) como suplemento dietético antienvelhecimento: uma revisão sistemática” , publicado no Journal of Health and Biological Sciences em 2022, foi escrito por Keciany Alves de Oliveira, Marília Magalhães Cabral, Raquel Pompeu de Montier Barros, Paula Alexandre de Freitas, Victor Vincent Morais de Lima, Levi Magalhães Gurgel Macêdo, Ana Cecília Pereira Dantas e Ariclécio Cunha de Oliveira , pesquisadores pesquisadores da Universidade Estadual do Ceará (UECE) e do Centro Universitário Christus (UNICHRISTUS).
O estudo teve como objetivo avaliar os benefícios potenciais do guaraná como suplemento antienvelhecimento, analisando sua influência sobre protetores do envelhecimento, metabolismo do tecido adiposo, intensidade e estresse oxidativo. A pesquisa foi conduzida como uma revisão sistemática seguindo as diretrizes PRISMABases 2021, incluindo artigos publicados entre 2016 e 2021 nas bases de dados Scielo e Medline (PubMed).
Os resultados indicam que o guaraná pode aumentar a expectativa de vida, reduzir marcadores do envelhecimento, prevenir o ganho de peso, melhorar a sensibilidade à insulina e exercer efeitos antioxidantes e anti-inflamatórios. No entanto, os autores apontam que a maioria dos estudos apresenta alto risco de vida, exigindo mais pesquisas para confirmar sua eficácia como suplemento antienvelhecimento.
Introdução
fatores O envelhecimento é um dos principais fatores de risco para doenças crônicas, incluindo câncer, obesidade, doenças cardiovasculares e neurodegenerativas. Durante esse processo, ocorrem modificações fisiológicas no organismo, especialmente no tecido adiposo branco (TAB), levando a resistência à insulina, inflamação crônica e desregulação metabólica.
O guaraná (Paullinia cupana), uma planta nativa da Amazônia, contém diversos compostos bioativos, como cafeína, teobromina, teofilina, saponinas, taninos, catequinas e pro antocianinas, que têm sido associados a efeitos positivos no controle do peso corporal, metabolismo do tecido adiposo e longevidade. Assim, o estudo busca descrever as ações antienvelhecimento do guaraná e sua possível aplicação como suplemento dietético.
Metodologia
- Tipo de Estudo: Revisão sistemática baseada no protocolo PRISMA.
- Bases de Dados: Scielo e Medline (PubMed).
- Período de Publicação: 2016 a 2021.
- Critérios de Inclusão: Estudos em modelos in vivo e in vitro ou com indivíduos com sobrepeso/obesidade que avaliam os efeitos do guaraná sobre o envelhecimento.
- Critérios de Exclusão: Artigos de revisão, estudos que não abordaram o guaraná no contexto do envelhecimento e publicações em idiomas diferentes de português ou inglês.
- Avaliação do Risco de Viés: Realizada pelo método SYRCLE para estudos com animais, analisando 10 parâmetros metodológicos.
Após a triagem inicial, 62 estudos foram identificados. Após exclusões por duplicação e relevância, 8 estudos foram incluídos na revisão.
Resultados e Discussão
Os estudos analisados indicam que a suplementação com guaraná pode trazer diversos benefícios associados ao envelhecimento, principalmente pela sua ação antioxidante, anti-inflamatória e metabólica.
1. Ação Antioxidante e Longevidade
- Em nematóides (Caenorhabditis elegans), o guaraná aumentou a expressão de genes antioxidantes (DAF-16, HSF-1 e SKN-1), promovendo maior expectativa de vida.
- Em humanos, o consumo de bebida à base de guaraná por 15 dias aumentou a atividade das enzimas catalase (CAT) e glutationa peroxidase (GPX), além de reduzir a oxidação do LDL-colesterol e proteger contra danos no DNA.
- Em camundongos, o guaraná níveis de malondialdeído (MDA), um marcador de estresse oxidativo.
2. Ação Anti-inflamatória
- O guaraná impediu a expressão de citocinas pró-inflamatórias (IL-6, TNF-α, MCP-1 e INF-γ) e aumentou a produção de citocinas anti-inflamatórias (IL-4 e IL-10).
- Esse efeito pode ser benéfico na redução da inflamação crônica de baixo grau associada ao envelhecimento (inflammaging).
3. Regulação do Metabolismo e Controle de Peso
- Em ratos submetidos a dieta hiperlipídica, o guaraná preveniu o ganho de peso, melhorou a sensibilidade à insulina e prejudicou a desregulação das adipocinas .
- Também foi oferecido aumento do gasto energético e da biogênese mitocondrial, proporção possível de ativação do tecido adiposo marrom e da via metabólica AMPK/UCP1, que promove a termogênese.
- Estudos indicam que o guaraná pode modular a microbiota intestinal, influenciando a saúde metabólica e diminuindo a adipogênese.
4. Potencial Antienvelhecimento do Guaraná
- O guaraná demonstrou capacidade de retardar alterações metabólicas associadas ao envelhecimento e pode ser um aliado na prevenção da obesidade e da síndrome metabólica.
- Estudos indicam que ele pode melhorar a homeostase redox, prevenindo danos oxidativos no cérebro e em outros tecidos.
- No entanto, alguns experimentos sugerem que a suplementação crônica pode desregular o equilíbrio antioxidante, levando ao chamado "estresse antioxidante", com efeitos citotóxicos no sistema nervoso.
Limitações da Revisão
- A maioria dos estudos apresentou alto risco de viés, dificultando conclusões definitivas sobre os efeitos do guaraná.
- Poucos estudos avaliaram diretamente seu impacto no tecido adiposo envelhecido.
- Houve grande heterogeneidade nos métodos utilizados nos experimentos.
Conclusão
Os resultados sugerem que o guaraná tem potencial para ser utilizado como suplemento dietético antienvelhecimento, devido às suas ações antioxidantes, anti-inflamatórias e reguladoras do metabolismo energético e do tecido adiposo.
Entretanto, a maioria dos estudos detalhados apresentou alto risco de vida e baixa qualidade metodológica, dificultando a recomendação definitiva do guaraná como suplemento antienvelhecimento. Novos estudos clínicos bem controlados são necessários para confirmar esses efeitos e garantir sua segurança e eficácia no uso humano.
Referências
SILVA, C. P. DA et al. Guarana as a source of bioactive compounds. Journal of Food Bioactives, v. 6, 30 jun. 2019.
O artigo "Exercise and Sport Performance with Low Doses of Caffeine", publicado na revista Sports Medicine em 2014, explora os efeitos ergogênicos de baixas doses de cafeína (≤3 mg/kg de massa corporal) no desempenho esportivo e no exercício físico. O autor, Lawrence L. Spriet, revisa estudos que comparam doses moderadas/altas (5–13 mg/kg) com doses baixas, destacando que estas últimas melhoram o desempenho sem causar os efeitos colaterais indesejados associados a doses mais elevadas. O mecanismo proposto é a ação da cafeína no sistema nervoso central (SNC), melhorando vigilância, alerta e cognição. O artigo também aborda lacunas na pesquisa, como os efeitos em atividades anaeróbicas e a variabilidade individual nas respostas à cafeína.
Introdução
A cafeína é um suplemento amplamente utilizado para melhorar o desempenho esportivo desde a década de 1970. Inicialmente, estudos focaram em doses moderadas a altas (5–13 mg/kg), que aumentam a resistência, mas também causam efeitos colaterais como taquicardia, elevação de catecolaminas e desconforto gastrointestinal. Nos anos 2000, pesquisas passaram a investigar doses baixas (≤3 mg/kg, ~200 mg), que demonstraram benefícios sem alterar significativamente as respostas fisiológicas periféricas. A remoção da cafeína da lista de substâncias proibidas pela Agência Mundial Antidoping (WADA) em 2004 impulsionou estudos sobre doses menores, mais seguras e igualmente eficazes.
Principais Pontos
1. Mecanismo de Ação
· Doses baixas de cafeína atuam principalmente no SNC, antagonizando receptores de adenosina, o que melhora o estado de alerta, reduz a percepção de fadiga e otimiza a tomada de decisões durante o exercício.
· Não alteram parâmetros periféricos como frequência cardíaca, lactato ou ácidos graxos livres, diferentemente de doses altas.
2. Efeitos no Exercício de Endurance
· Estudos com ciclistas e corredores mostraram que 1–3 mg/kg de cafeína melhoram o tempo até a exaustão e o desempenho em testes de tempo (time trials).
· Exemplo: Ciclistas que ingeriram 1,5–3 mg/kg no final de provas prolongadas tiveram melhoras de 2–3% no desempenho, mesmo com níveis plasmáticos baixos de cafeína (<10 μmol/L).
3. Aplicação em Esportes
· Corrida: Melhora de 1,8% em corridas de 8 km com 3 mg/kg.
· Esportes intermitentes (tênis, vôlei, rugby): Doses de 1,5–4 mg/kg melhoraram velocidade, agilidade e precisão em habilidades específicas.
· Cognição: Cafeína (200 mg) melhorou atenção e memória após exercício exaustivo, relevante para decisões em jogos.
4. Atividades Anaeróbicas e Sprint
· Poucos estudos com doses baixas, mas alguns mostraram benefícios em natação (100 m) e sprints repetidos no ciclismo.
· Resultados são menos consistentes que em endurance, sugerindo necessidade de mais pesquisas.
5. Formas Alternativas de Consumo
· Gomas de mascar: Absorção rápida, mas efeitos variáveis (melhora em sprints, mas não em endurance).
· Bochechos com cafeína: Resultados preliminares indicam possíveis benefícios em sprints curtos.
· Bebidas esportivas e géis: Eficazes quando combinados com carboidratos.
6. Efeitos Adicionais
· Dor: Redução da percepção de dor durante exercício em ambientes quentes.
· Sistema imunológico: Melhora na função de células NK (defesa contra infecções) pós-exercício.
· Calor: Doses baixas podem atenuar a fadiga em ambientes quentes, mas dados são limitados.
Conclusões
Doses baixas de cafeína (≤3 mg/kg) são ergogênicas, seguras e atuam principalmente no SNC.
Melhoram desempenho em endurance, esportes intermitentes e cognição durante o exercício.
A variabilidade individual exige testes personalizados para atletas.
Formas alternativas (gomas, bochechos) são promissoras, mas necessitam mais estudos.
Lacunas persistem em atividades anaeróbicas e efeitos em condições extremas (calor/frio).
Implicações
Atletas podem se beneficiar de 200 mg de cafeína (equivalente a 1–2 xícaras de café) antes ou durante competições, mas devem testar a tolerância individual. A combinação com carboidratos pode potencializar os efeitos, especialmente em esportes prolongados.
Referências
SPRIET, L. L. Exercise and Sport Performance with Low Doses of Caffeine. Sports Medicine, v. 44, n. S2, p. 175–184, 30 out. 2014.
O artigo "Caffeine enhances upper body strength in resistance-trained women", publicado no Journal of the International Society of Sports Nutrition em 2010, investiga os efeitos agudos da suplementação de cafeína (6 mg/kg de massa corporal) na força e resistência muscular de mulheres treinadas em resistência. Os autores, liderados por Erica Goldstein, demonstram que uma dose moderada de cafeína melhorou significativamente o desempenho no teste de 1RM (uma repetição máxima) no supino, sem afetar a resistência muscular (repetições até a falha com 60% do 1RM). O estudo também revelou um aumento na pressão arterial sistólica pós-exercício, sem alterações na frequência cardíaca. Este trabalho destaca-se por focar em uma população pouco estudada (mulheres treinadas) e discute a variabilidade individual na resposta à cafeína, incluindo efeitos colaterais emocionais em participantes não habituadas.
Introdução
A cafeína é um suplemento ergogênico amplamente estudado, com benefícios documentados para exercícios de endurance e alta intensidade. No entanto, seus efeitos no desempenho de força e potência, especialmente em mulheres treinadas, são menos claros. Estudos anteriores com homens mostraram resultados conflitantes: alguns relataram melhora na força superior (ex.: supino) com doses moderadas (2–6 mg/kg), enquanto outros não observaram efeitos significativos. Para mulheres, a literatura era escassa, limitando-se a estudos com atletas de endurance ou não treinadas. Este estudo buscou preencher essa lacuna, avaliando o impacto da cafeína (6 mg/kg) na força e resistência muscular de mulheres com experiência em treinamento de resistência.
Métodos
· Participantes: 15 mulheres (24,6 ± 6,9 anos; 63,6 ± 8,3 kg) treinadas em resistência (3–5 dias/semana por ≥6 meses), capazes de levantar 70% do peso corporal no supino.
· Desenho: Duplo-cego, cruzado, com dois testes (cafeína vs. placebo) separados por 7 dias.
· Protocolo:
o Suplementação: 6 mg/kg de cafeína ou placebo (água aromatizada) ingeridos 60 minutos antes do teste.
o Testes:
1. 1RM no supino: Determinado em 3–6 séries progressivas.
2. Resistência muscular: Repetições até a falha com 60% do 1RM.
o Medidas: Frequência cardíaca (FC), pressão arterial (PA) e percepção subjetiva de esforço (PSE) em repouso, pós-suplementação e pós-exercício.
· Controles: Dieta padronizada (registro de 3 dias), abstinência de cafeína 24h antes dos testes e jejum de 12h.
Resultados
1. Força Muscular:
· Aumento significativo no 1RM com cafeína (52,9 ± 11,1 kg vs. 52,1 ± 11,7 kg; p < 0,05).
· Sem diferença nas repetições até a falha (23,0 ± 7,1 vs. 23,1 ± 6,2; p = 0,81).
2. Respostas Cardiovasculares:
· Aumento da pressão arterial sistólica pós-exercício com cafeína (116,8 ± 5,3 vs. 112,9 ± 4,9 mmHg; p < 0,05).
· Sem alterações na FC ou pressão diastólica.
3. Efeitos Colaterais:
· Três participantes (não habituadas a cafeína) relataram reações emocionais intensas (ansiedade, dificuldade de comunicação).
· Duas delas apresentaram melhora na resistência muscular, sugerindo sensibilidade individual.
Discussão
· Força vs. Resistência: A melhora no 1RM, mas não na resistência, sugere que a cafeína atua preferencialmente em esforços máximos e curtos, possivelmente via antagonismo de receptores de adenosina no SNC, reduzindo a percepção de fadiga.
· Comparação com Homens: Resultados divergem de estudos com homens, onde doses similares não melhoraram o 1RM (ex.: Astorino et al., 2008), indicando possíveis diferenças de gênero na resposta à cafeína.
· Pressão Arterial: O aumento modesto da PAS pós-exercício é consistente com outros estudos, mas sem impacto clínico significativo em indivíduos saudáveis.
· Limitações: Pequena amostra e falta de avaliação de membros inferiores.
Conclusões
· Dose moderada (6 mg/kg) de cafeína melhora a força superior em mulheres treinadas, sem afetar a resistência muscular.
· Efeitos individuais: Não habituadas a cafeína podem experimentar reações adversas, mas também potencial melhoria de desempenho.
· Aplicações práticas: A suplementação pode ser estratégica para atletas de força, mas requer teste individualizado para evitar efeitos colaterais.
· Futuras pesquisas: Investigar doses menores (ex.: 3 mg/kg) e efeitos em membros inferiores.
Implicações
Para mulheres treinadas em resistência, 6 mg/kg de cafeína (∼380 mg para uma mulher de 63 kg) 1h antes do treino pode aumentar a força no supino. Entretanto, iniciar com doses menores (ex.: 3 mg/kg) é recomendado para evitar reações adversas, especialmente em não habituadas. Monitorar a pressão arterial pós-exercício é prudente.
Referências
GOLDSTEIN, E. et al. The Effects of Caffeine Supplementation on Strength and Muscular Endurance in Resistance-Trained Women. Journal of Strength and Conditioning Research, v. 24, p. 1, jan. 2010.
O artigo "Caffeine: Cognitive and Physical Performance Enhancer or Psychoactive Drug?", publicado na revista Current Neuropharmacology em 2015, explora os efeitos multifacetados da cafeína no organismo humano, abordando seus benefícios cognitivos e ergogênicos, bem como os riscos associados ao abuso e dependência. Os autores, liderados por Simone Cappelletti, revisam mecanismos de ação farmacológicos, efeitos cardiovasculares e neurológicos, e discutem a dualidade da cafeína como potenciador de desempenho e droga psicoativa. O artigo também alerta para os perigos da intoxicação por cafeína, especialmente com o aumento do consumo de bebidas energéticas, e destaca a necessidade de regulamentação mais rigorosa.
Introdução
A cafeína é a substância psicoativa mais consumida globalmente, presente no café, chá, refrigerantes, energéticos e medicamentos. Historicamente, seu uso remonta ao século X, com relatos de aplicações medicinais e estimulantes. No século XIX, figuras como Honoré de Balzac descreveram seus efeitos na criatividade e produtividade. Hoje, a cafeína é valorizada por melhorar o estado de alerta, a cognição e o desempenho físico, mas também é associada a riscos como dependência, ansiedade e toxicidade cardiovascular. Este artigo revisa criticamente esses aspectos, com base em evidências farmacológicas, epidemiológicas e clínicas.
Principais Pontos
1. Farmacocinética e Mecanismos de Ação
· Absorção e Metabolismo: A cafeína é rapidamente absorvida no trato gastrointestinal, com pico plasmático em 30–60 minutos. É metabolizada no fígado pela enzima CYP1A2, gerando metabólitos como paraxantina e teobromina, que prolongam seus efeitos.
· Mecanismos:
o Antagonismo de receptores de adenosina (A₁ e A₂): Bloqueia a ação sedativa da adenosina, aumentando a liberação de dopamina e noradrenalina, o que explica seus efeitos estimulantes.
o Mobilização de cálcio intracelular: Melhora a contração muscular, relevante para o desempenho físico.
o Inibição de fosfodiesterases: Em altas doses, aumenta cAMP, potencializando a lipólise e a energia disponível.
2. Efeitos no Desempenho Físico e Cognitivo
· Cognição: Dose aguda (150 mg) melhora atenção e memória, mas usuários crônicos desenvolvem tolerância. Estudos sugerem papel neuroprotetor contra Alzheimer e Parkinson.
· Exercício: Doses moderadas (3–6 mg/kg) melhoram endurance e força, mas resultados variam conforme habituação e tipo de atividade.
3. Impacto Cardiovascular
· Efeitos agudos: Aumento transitório da pressão arterial e frequência cardíaca devido à liberação de catecolaminas.
· Riscos: Altas doses (>500 mg) podem desencadear arritmias em indivíduos susceptíveis, mas estudos epidemiológicos não confirmam risco aumentado de doenças cardiovasculares em consumidores habituais.
4. Riscos e Toxicidade
· Dependência: Sintomas de abstinência (cefaleia, fadiga) ocorrem em 12–24 horas após a interrupção. O DSM-5 reconhece a "dependência de cafeína" com critérios como tolerância e uso compulsivo.
· Intoxicação: Doses >10 g (equivalente a ~100 xícaras de café) podem ser letais, com casos relatados por ingestão de comprimidos ou energéticos. Sintomas incluem taquicardia, convulsões e colapso cardiovascular.
5. Fontes e Consumo Seguro
· Fontes comuns: Café (100 mg/xícara), energéticos (80–300 mg/lata), medicamentos (até 200 mg/comprimido).
· Recomendações: Limitar o consumo a 400 mg/dia para adultos saudáveis. Evitar combinação com álcool ou outros estimulantes.
Discussão e Conclusões
· Dualidade da cafeína: Embora seja um potenciador de desempenho seguro em doses moderadas, seu uso excessivo pode levar a dependência e toxicidade, especialmente entre jovens consumidores de energéticos.
· Variabilidade individual: Fatores genéticos (polimorfismos da CYP1A2), hábitos (tabagismo) e condições de saúde (gravidez, doenças cardíacas) influenciam a resposta à cafeína.
· Regulamentação: Falta de padronização nos rótulos de energéticos e medicamentos exige políticas mais rigorosas para prevenir intoxicações.
Implicações Práticas
· Atletas e profissionais: Dosagens de 3–6 mg/kg 1h antes da atividade melhoram desempenho com mínimos efeitos colaterais.
· População geral: Consumo moderado (até 200 mg/dose) é seguro, mas deve ser evitado por indivíduos com ansiedade, arritmias ou sensibilidade à cafeína.
· Pesquisa futura: Necessidade de estudos sobre efeitos a longo prazo e interações com outras substâncias.
Tabelas e Dados Relevantes
Tabela 1: Efeitos neuroprotetores da cafeína em doenças neurodegenerativas.
Tabela 2: Teor de cafeína em alimentos, bebidas e medicamentos (ex.: café expresso = 40–80 mg; Red Bull = 80 mg/lata).
Tabela 4: Casos letais de intoxicação por cafeína, com doses médias de 80–350 mg/L no sangue.
Referências
CAPPELLETTI, S. et al. Caffeine: Cognitive and Physical Performance Enhancer or Psychoactive Drug? Current Neuropharmacology, v. 13, n. 1, p. 71–88, jan. 2015.
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O estudo intitulado "Contribuição do guaraná em pó (Paullinia cupana) como fonte de cafeína na dieta", publicado na Revista de Nutrição (2007), investiga os teores de cafeína em diferentes marcas de guaraná em pó comercializadas no Brasil. Realizado por pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Alimentos e universidades parceiras, o trabalho analisou 39 amostras de 13 marcas, coletadas em Campinas e Ribeirão Preto entre 2003 e 2004. Utilizando cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE), os resultados revelaram uma ampla variação na concentração de cafeína (9,52 a 36,71 mg/g), com média quatro vezes superior à do café em pó. O artigo alerta para o risco de consumo excessivo, já que a ingestão diária recomendada de guaraná pode ultrapassar a dose segura de cafeína (300 mg/dia), potencializando efeitos adversos como ansiedade e palpitações. O estudo destaca a necessidade de controle no consumo, especialmente quando combinado com outras fontes de cafeína na dieta.
Objetivo
Determinar os teores de cafeína em marcas comerciais de guaraná em pó e avaliar sua contribuição como fonte dietética desse alcalóide.
Métodos
· Amostras: 39 amostras de 13 marcas (3 lotes cada), adquiridas em Campinas e Ribeirão Preto (SP).
· Metodologia: Extração com água, limpeza com acetato de chumbo básico e quantificação por CLAE com detector de arranjo de diodos (272 nm).
· Validação: Testes de recuperação (71,5–80,5%) e curva de calibração linear (0,04–0,5 mg/mL).
Resultados
· Teores de cafeína: Variabilidade significativa (9,52–36,71 mg/g), atribuída a diferenças na origem da matéria-prima e processamento.
· Comparação com café: Média de 20,68 mg/g no guaraná, contra 7,59 mg/g no café em pó.
· Consumo diário: Ingestão de 3–15 g de guaraná pode fornecer até 551 mg de cafeína, ultrapassando a dose segura (300 mg/dia).
Conclusões
· O guaraná em pó é uma fonte potente de cafeína, com teores superiores aos do café.
· Recomenda-se moderar seu consumo, especialmente em combinação com outros produtos cafeinados, para evitar sintomas de "cafeinismo" (ansiedade, tremores, palpitações).
· A variabilidade entre marcas enfatiza a necessidade de padronização na produção.
· Termos-chave: Cafeína, cromatografia líquida de alta eficiência, guaraná em pó, segurança alimentar.
Implicações práticas: O estudo serve como alerta para consumidores e indústrias sobre a importância de monitorar a ingestão de cafeína, sugerindo a inclusão de informações claras nos rótulos sobre os teores do composto.
Destaques:
· Primeira análise sistemática de cafeína em guaraná em pó no Brasil.
· Metodologia validada com alta especificidade e recuperação.
· Contribuição para debates sobre regulamentação de alimentos estimulantes.
Referências
TFOUNI, S. A. V. et al. Contribuição do guaraná em pó (Paullinia cupana) como fonte de cafeína na dieta. Revista de Nutrição, v. 20, p. 63–68, 1 fev. 2007.
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O artigo "Does Caffeine Increase Fat Metabolism? A Systematic Review and Meta-Analysis", publicado no International Journal of Sport Nutrition and Exercise Metabolism (2023), investiga os efeitos da cafeína (CAF) no metabolismo de gorduras, combinando revisão sistemática e meta-análise de 94 estudos. Realizado por pesquisadores das universidades de Boise State e Georgia Tech, o estudo analisou dados de 984 participantes, comparando marcadores sanguíneos (como ácidos graxos livres e glicerol) e medidas de trocas gasosas (razão de troca respiratória, RER). Os resultados indicam um pequeno, porém significativo, aumento no metabolismo de gorduras (tamanho do efeito [ES] = 0.39), com impacto mais consistente em repouso (ES = 0.51) do que durante exercícios (ES = 0.35). A análise também revelou que marcadores sanguíneos de lipólise apresentaram efeitos maiores (ES = 0.55) em comparação com medidas de trocas gasosas (ES = 0.26). Fatores como dose de cafeína, sexo e nível de aptidão física não influenciaram significativamente os resultados. O estudo conclui que a cafeína pode ser uma ferramenta útil para modular o metabolismo lipídico, especialmente em contextos de repouso ou baixa intensidade de exercício, mas ressalta a necessidade de interpretar os dados com cautela devido à variabilidade metodológica entre os estudos.
Objetivo
Determinar se a cafeína (CAF) aumenta o metabolismo de gorduras e identificar fatores moderadores, como método de avaliação, condição (repouso/exercício), dose e características dos participantes.
Métodos
· Revisão Sistemática: Busca em bases de dados (PubMed, SPORTDiscus, Web of Science) com termos como "cafeína", "metabolismo de gorduras" e "oxidação lipídica".
· Critérios de Inclusão: Estudos em humanos, desenho crossover com placebo, e medição de metabolismo lipídico (marcadores sanguíneos ou trocas gasosas).
· Meta-Análise: Agregação de dados de 94 estudos (105 grupos independentes, 984 participantes) usando modelo de efeitos aleatórios. Tamanho do efeito (ES) calculado como diferença padronizada de médias.
Resultados
· Efeito Geral: CAF aumentou modestamente o metabolismo de gorduras (ES = 0.39; IC 95% [0.30, 0.47], p < 0.001).
· Repouso vs. Exercício:
o Efeito maior em repouso (ES = 0.51) vs. exercício (ES = 0.35; p = 0.02).
o Em estudos que avaliaram ambas as condições, a diferença não foi significativa (ES = 0.49 vs. 0.44).
· Métodos de Avaliação:
o Marcadores sanguíneos (ácidos graxos livres, glicerol) mostraram ES maior (0.55) vs. trocas gasosas (RER: ES = 0.26; p < 0.001).
· Fatores Moderadores:
o Dose de CAF (1–15 mg/kg), sexo, nível de aptidão física e estado de jejum não alteraram significativamente os resultados.
Discussão
· A CAF demonstrou aumentar a lipólise, mas com discrepâncias entre métodos: marcadores sanguíneos indicam maior efeito, enquanto trocas gasosas sugerem impacto modesto, possivelmente devido a simultâneo aumento no metabolismo de carboidratos.
· O efeito em repouso pode ser mais consistente, já que o exercício introduz variáveis como intensidade e aptidão física.
· A ausência de relação dose-resposta sugere que mesmo doses baixas (~3 mg/kg) são eficazes.
Conclusões
· A cafeína tem um pequeno, mas significativo, efeito no aumento do metabolismo de gorduras, especialmente em repouso e quando avaliada por marcadores sanguíneos.
· Aplicações práticas incluem potencial uso para controle de peso e desempenho em exercícios de baixa intensidade.
· Limitações: Variabilidade metodológica entre estudos e falta de consenso sobre o mecanismo exato.
Implicações Práticas
· Para atletas: CAF pode ser estratégica em exercícios prolongados para potencializar uso de gorduras como substrato.
· Para população geral: Efeitos em repouso sugerem benefícios metabólicos, mas o consumo deve ser moderado devido a variações individuais.
Destaques
· Primeira meta-análise a comparar marcadores sanguíneos e trocas gasosas no contexto da CAF.
· Inclusão de estudos em repouso, ampliando a compreensão sobre o tema.
· Robustez estatística com correções para viés de publicação (método trim and fill).
Referências
CONGER, S. A.; TUTHILL, L. M.; MILLARD-STAFFORD, M. L. Does Caffeine Increase Fat Metabolism? A Systematic Review and Meta-Analysis. International Journal of Sport Nutrition and Exercise Metabolism, v. 33, n. 2, p. 1–9, 2022.
O artigo "Caffeine and Exercise: Metabolism, Endurance and Performance", publicado na revista Sports Medicine (2001) por Terry E. Graham, da Universidade de Guelph, Canadá, é uma revisão abrangente sobre os efeitos da cafeína no desempenho esportivo. Com mais de 750 citações, o trabalho analisa os mecanismos de ação da cafeína, suas formas de consumo (como café, chá e suplementos), dosagens ideais e impactos em diferentes tipos de exercício (endurance, força e atividades intensas). O estudo destaca que a cafeína é um potente ergogênico, capaz de melhorar o desempenho em atividades que variam de 60 segundos a 2 horas, sem efeitos adversos significativos, como desidratação ou perda eletrolítica. Além disso, questiona a teoria tradicional de que a cafeína age poupando glicogênio muscular, sugerindo que seus benefícios podem estar mais relacionados a efeitos no sistema nervoso central e na contratilidade muscular. O artigo também aborda considerações éticas sobre o uso da cafeína no esporte.
Objetivo
Explorar os efeitos da cafeína no metabolismo e no desempenho esportivo, revisando evidências sobre seus mecanismos de ação, formas de administração e aplicações práticas para atletas.
Principais Pontos
1. Mecanismos de Ação:
· A cafeína atua principalmente como antagonista dos receptores de adenosina, afetando múltiplos tecidos, incluindo cérebro, músculos e adipócitos.
· Além disso, estimula a liberação de adrenalina, o que pode influenciar o metabolismo energético.
2. Formas de Consumo:
· Café vs. Cafeína Pura: O café é menos eficaz como ergogênico devido a outros compostos que podem neutralizar os efeitos da cafeína.
· Dimethylxantinas: Derivados como teofilina também têm propriedades ergogênicas, mas são menos estudados.
· Combinações: A cafeína pode potencializar efeitos quando combinada com carboidratos ou eletrólitos, mas não há evidências suficientes para recomendar produtos específicos.
3. Dosagem e Tempo de Ingestão:
· Dose Ideal: 3–6 mg/kg de peso corporal, com efeitos observados mesmo em doses baixas (3 mg/kg).
· Timing: O pico de concentração plasmática ocorre em ~1 hora após a ingestão, mas o tempo ideal para exercício ainda é debatido.
4. Efeitos no Desempenho:
· Endurance: Melhora o tempo de exaustão em exercícios prolongados (≥30 minutos).
· Atividades Intensas: Aumenta a potência em sprints (≥60 segundos) e resistência em exercícios de força.
· Força: Não afeta a força máxima, mas pode retardar a fadiga muscular.
5. Metabolismo Energético:
· Teoria Tradicional (Poupança de Glicogênio): Pouco suporte científico; estudos recentes mostram que a cafeína não reduz consistentemente o uso de glicogênio muscular.
· Alternativas: Seus efeitos podem estar ligados à modulação da liberação de cálcio no músculo e à melhora do recrutamento de unidades motoras.
6. Efeitos Adversos:
· Hidratação: Não causa desidratação significativa durante o exercício.
· Dependência: Pode levar a tolerância e sintomas de abstinência (dor de cabeça, fadiga), mas é geralmente leve.
7. Considerações Éticas:
· A cafeína é considerada doping por alguns, mas sua regulamentação é complexa devido à variabilidade na excreção urinária e ao uso generalizado na dieta.
Conclusões
· A cafeína é um ergogênico eficaz em diversas modalidades esportivas, com mecanismos que vão além da teoria metabólica tradicional.
· Seu uso deve ser personalizado (dose e timing), considerando fatores como habituação e tipo de exercício.
· Embora segura em doses moderadas, questões éticas persistem, especialmente em competições de alto nível.
· Termos-chave: Cafeína, desempenho esportivo, metabolismo lipídico, endurance, força muscular.
Implicações Práticas
· Atletas de Endurance: Podem se beneficiar de doses moderadas (3–6 mg/kg) 1 hora antes do exercício.
· Atletas de Força: Efeitos são mais sutis, mas podem incluir maior resistência à fadiga.
· População Geral: Uso deve ser moderado, evitando altas doses (>9 mg/kg) para evitar efeitos colaterais como ansiedade.
Destaques
· Revisão crítica da teoria da "poupança de glicogênio".
· Comparação entre cafeína pura e café, com implicações para escolhas práticas.
· Abordagem multifatorial dos mecanismos de ação, incluindo efeitos neuromusculares.
Referências
GRAHAM, T. E. Caffeine and exercise: metabolism, endurance and performance. Sports Medicine, v. 31, n. 11, p. 785–807, 1 fev. 2001.
O artigo "Caffeine and Exercise Performance: An Update", publicado por Lawrence L. Spriet na Sports Science Exchange (2020), atualiza as evidências sobre os efeitos da cafeína no desempenho esportivo. Destaca-se que doses moderadas a altas (5–9 mg/kg) melhoram a performance em exercícios de endurance, mas podem causar efeitos colaterais como desconforto gastrointestinal e nervosismo. Em contraste, doses baixas (<3 mg/kg) também são ergogênicas, com menos efeitos adversos. O mecanismo principal envolve a antagonização de receptores de adenosina no sistema nervoso central e periférico, reduzindo a percepção de esforço e dor. O estudo também explora formas alternativas de consumo (géis, gomas, bebidas esportivas) e a influência de polimorfismos genéticos na variabilidade individual de resposta à cafeína.
Objetivo
Atualizar as evidências sobre os efeitos ergogênicos da cafeína no desempenho esportivo, abordando doses ideais, mecanismos de ação, formas de administração e variabilidade individual.
Principais Achados
1. Doses e Efeitos:
· Doses moderadas/altas (5–9 mg/kg): Melhoram performance em endurance (ex.: ciclismo, corrida), mas aumentam frequência cardíaca, catecolaminas e lactato, podendo causar efeitos colaterais (nervosismo, distúrbios gastrointestinais).
· Doses baixas (<3 mg/kg, ~200 mg): Também são eficazes, especialmente em exercícios prolongados, sem alterações fisiológicas significativas ou efeitos adversos. Exemplo: ciclistas treinados tiveram melhor desempenho em testes de tempo (TT) com 100–200 mg de cafeína ingeridos tardiamente no exercício.
2. Mecanismos de Ação:
· Teoria metabólica (antiga): Cafeína aumentaria a oxidação de gorduras e pouparia glicogênio, mas estudos com doses baixas refutam essa ideia, pois melhoram performance sem alterar metabolismo.
· Ação no sistema nervoso: A cafeína bloqueia receptores de adenosina no cérebro (CNS) e nervos periféricos (PNS), reduzindo a percepção de esforço e dor, e aumentando o "drive" central.
3. Formas de Administração:
· Tradicionais: Cápsulas, café e bebidas esportivas com cafeína são eficazes.
· Alternativas: Géis, gomas, barras e tiras dissolvíveis também funcionam, com absorção rápida.
· Métodos não comprovados: Enxágue bucal ("mouth rinsing") e aerossóis têm pouco ou nenhum efeito ergogênico.
4. Variabilidade Individual e Genética:
· Polimorfismos no gene CYP1A2: Metabolizadores rápidos (genótipo AA) podem ter maior resposta ergogênica à cafeína, enquanto metabolizadores lentos (genótipo CC) podem ter menor benefício ou até prejuízo.
· Receptores de adenosina (ADORA2A): Indivíduos com genótipo TT podem responder melhor, mas estudos são inconclusivos.
5. Aplicações Práticas:
· Dose inicial: 100–200 mg (~1.5–3 mg/kg), testada em treinos antes de competições.
· Formas de consumo: Cápsulas, café, bebidas esportivas, géis ou gomas são igualmente eficazes.
· Fatores não determinantes: Sexo, nível de treinamento e hábito de consumo de cafeína não alteram significativamente os efeitos.
Conclusões
· Doses baixas de cafeína (<3 mg/kg) são seguras, ergogênicas e minimizam efeitos colaterais.
· Os benefícios ocorrem principalmente por ação no sistema nervoso, não por alterações metabólicas.
· A variabilidade na resposta individual pode estar ligada a fatores genéticos, mas mais pesquisas são necessárias.
· Atletas devem testar estratégias de consumo em treinos para otimizar resultados.
Implicações Práticas
· Para atletas de endurance: Ingerir 100–200 mg de cafeína antes ou durante o exercício pode melhorar performance sem efeitos adversos.
· Para esportes intermitentes (ex.: futebol, rugby): Doses baixas também são eficazes em atividades de alta intensidade.
· Evitar: Doses altas (>5 mg/kg) devido a riscos de efeitos colaterais e falta de benefícios adicionais.
Destaques
· Revisão crítica da teoria metabólica tradicional, com ênfase nos mecanismos neurológicos.
· Demonstração da eficácia de doses baixas, mesmo em atletas treinados.
· Discussão sobre personalização do uso de cafeína com base em genética e formas de administração.
Referências
SPRIET, L. CAFFEINE AND EXERCISE PERFORMANCE: AN UPDATE. Disponível em: <https://www.gssiweb.org/sports-science-exchange/article/caffeine-and-exercise-performance-an-update>. Acessado em 24 de março de 2025.
DODD, S. L.; HERB, R. A.; POWERS, S. K. Caffeine and Exercise Performance. Sports Medicine, v. 15, n. 1, p. 14–23, jan. 1993.
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Este estudo, intitulado "Efeitos da Suplementação de Guaraná no Exercício sobre Parâmetros Cardiovasculares e Variabilidade da Frequência Cardíaca – Uma Revisão Sistemática", conduzido por Isabela De Pretto Mansano na Universidade Estadual Paulista (UNESP), investiga os impactos agudos do guaraná (Paullinia cupana) no sistema cardiovascular e na modulação autonômica durante o exercício físico. O guaraná, fruto amazônico rico em cafeína e polifenóis, é amplamente utilizado como estimulante e possui propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias. A pesquisa busca elucidar se sua suplementação pode beneficiar a saúde cardiovascular, reduzir a percepção de esforço durante o exercício e melhorar o desempenho cognitivo, além de avaliar possíveis efeitos adversos, como taquicardia e aumento da pressão arterial.
A revisão sistemática, baseada no protocolo PRISMA, analisou 4 estudos selecionados dentre 85 artigos identificados em bases de dados como EMBASE, MEDLINE e Cochrane. Os resultados indicam que o guaraná, quando associado a exercícios submáximos, pode melhorar o desempenho cognitivo e reduzir a percepção subjetiva de esforço. No entanto, também foi observado que ele pode elevar a frequência cardíaca e a pressão arterial, tornando seu consumo não recomendado para indivíduos com alterações cardiovasculares. Apesar dos achados, a revisão destaca a escassez de estudos que avaliem o guaraná de forma isolada, sem combinação com outros compostos, o que limita conclusões definitivas sobre seus efeitos específicos.
O trabalho ressalta a importância de pesquisas futuras para explorar o potencial do guaraná como intervenção natural na prevenção de doenças cardiovasculares, além de seu impacto econômico como produto nacional. A revisão conclui que, embora promissor, o uso do guaraná como suplemento requer mais investigações para confirmar sua eficácia e segurança em diferentes contextos de saúde e exercício.
Contexto e Justificativa
O guaraná (Paullinia cupana), fruto nativo da Amazônia, é amplamente consumido no Brasil devido às suas propriedades estimulantes, antioxidantes e anti-inflamatórias. Suas sementes contêm elevadas concentrações de cafeína (2–5%), superando até mesmo o café, além de compostos como taninos, catequinas e polifenóis. Estudos sugerem que o consumo moderado de guaraná pode reduzir o risco de doenças cardiovasculares, principal causa de morte global, responsável por 31% dos óbitos mundiais em 2016 (OPAS/OMS, 2021).
A variabilidade da frequência cardíaca (VFC) é um marcador não invasivo da modulação autonômica cardíaca, refletindo o equilíbrio entre os sistemas nervosos simpático (ativo durante o estresse) e parassimpático (associado ao repouso). Alterações na VFC estão ligadas a condições como hipertensão, diabetes e obesidade. Esta revisão sistemática investiga como a suplementação com guaraná, isoladamente ou combinada com exercício físico, afeta parâmetros cardiovasculares (frequência cardíaca, pressão arterial) e a VFC em adultos saudáveis.
Objetivos
Principal:
· Avaliar os efeitos agudos da suplementação de guaraná durante o exercício físico sobre:
· Parâmetros cardiovasculares (pressão arterial, frequência cardíaca).
· Variabilidade da frequência cardíaca (VFC).
Secundários:
· Comparar os resultados com placebo ou outros estimulantes (ex.: cafeína isolada).
· Identificar lacunas na literatura para futuras pesquisas.
Metodologia
Desenho do Estudo:
Revisão sistemática seguindo o protocolo PRISMA e registrada no PROSPERO (CRD42021273118).
Fontes de Dados:
Foram analisadas 5 bases de dados (EMBASE, MEDLINE, Cochrane Library, BIREME, Scielo e Web of Science), com buscas realizadas entre setembro/2020 e janeiro/2021.
Critérios de Inclusão:
· Ensaios clínicos em humanos saudáveis (18–45 anos).
· Estudos que avaliaram parâmetros cardiovasculares ou VFC.
· Publicações em português, inglês ou espanhol até 2020.
Estratégia de Seleção:
· 85 artigos identificados → 7 duplicados removidos → 78 títulos/resumos triados → 32 textos completos avaliados → 4 estudos incluídos na análise final.
Avaliação de Qualidade:
Utilizou-se a ferramenta da Cochrane para risco de viés. Dois revisores independentes realizaram a extração de dados, com consenso para discrepâncias.
Resultados Principais
Dos 4 estudos incluídos:
1. Efeitos Cardiovasculares:
· Pressão Arterial e Frequência Cardíaca:
o Sale et al. (2006): Suplemento com guaraná (500 mg) não alterou significativamente a pressão arterial ou FC durante repouso ou exercício submáximo (60% da FC máxima).
o Haller et al. (2005): Combinações de guaraná com efedrina aumentaram persistentemente a FC e a pressão arterial, com riscos para indivíduos cardiopatas.
· VFC:
o Pomportes et al. (2015): Complexo de guaraná (300 mg) manteve a modulação parassimpática (RMSSD e HF estáveis) durante 1h pós-ingestão, enquanto placebo e cafeína isolada reduziram esses índices.
2. Desempenho Cognitivo e Percepção de Esforço:
· Pomportes et al. (2017): Guaraná (37,5 mg) melhorou o desempenho cognitivo e reduziu a percepção subjetiva de esforço durante ciclismo submáximo (60% da potência de pico).
3. Limitações dos Estudos:
· Nenhum estudo testou o guaraná isoladamente (sempre combinado com outros compostos, como vitaminas ou efedrina).
· Heterogeneidade nas dosagens (37,5 mg a 500 mg) e protocolos de exercício.
· Falta de controle do ciclo menstrual em participantes mulheres.
Discussão e Conclusões
1. Potenciais Benefícios:
· Estabilização da modulação parassimpática (via VFC), sugerindo efeito neuroprotetor.
· Redução da percepção de esforço durante exercício, possivelmente pela ação da cafeína no SNC.
2. Riscos:
· Taquicardia e hipertensão em combinações com outros estimulantes (ex.: efedrina).
· Efeitos podem variar conforme dose e população (ex.: cardiopatas).
3. Recomendações para Pesquisas Futuras:
· Ensaios clínicos com guaraná puro e doses padronizadas.
· Investigação em populações específicas (idosos, hipertensos).
· Análise de longo prazo para avaliar segurança cardiovascular.
Impacto e Relevância
Além de contribuir para a ciência do esporte e nutrição, o estudo ressalta o potencial econômico do guaraná como produto nacional, destacando a necessidade de políticas públicas para fomentar pesquisas e valorizar seu uso na saúde preventiva.
(O artigo completo inclui ainda tabelas detalhadas com características dos estudos, figuras do fluxograma PRISMA e análise de risco de viés, além de referências abrangentes.)
Referências
MANSANO, Isabela De Preito. Efeitos da suplementação de guaraná no exercício sobre parâmetros cardiovasculares e variabilidade de frequência cardíaca - uma revisão sistemática. 2023. 43 f. Dissertação (Mestrado em Ciências do Movimento) - Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", Presidente Prudente, 2023.