O que é a Palatinose®?
A Palatinose® (ou isomaltulose) é um dissacarídeo composto por glicose e frutose ligados por uma ligação α-1,6. Naturalmente presente no mel e no caldo de cana, é obtida comercialmente por conversão enzimática da sacarose. Sua digestão mais lenta leva à liberação gradual de glicose, resultando em menor pico glicêmico e insulinêmico – o que a torna uma opção ideal para dietas de controle glicêmico e metabólico.
Digestibilidade, Metabolismo e Segurança
🔬 Digestão lenta e absorção completa:
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Hidrolisada no intestino delgado por isomaltase.
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Liberação controlada de glicose e frutose.
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Totalmente absorvida, com boa tolerância gastrointestinal.
🛡️ Perfil toxicológico seguro:
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Sem toxicidade em estudos com animais e humanos, mesmo em altas doses.
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Sem efeitos embriotóxicos ou teratogênicos.
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Não mutagênica (teste de Ames).
Efeitos Clínicos e Metabólicos
✅ 1. Modulação da resposta glicêmica e insulinêmica
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Redução de 30–50% nos picos glicêmicos e insulinêmicos pós-prandiais.
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Menor demanda por insulina em diabéticos e indivíduos com resistência à insulina.
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Redução da glicemia em jejum e melhora do HOMA-IR após 4 semanas de consumo em hiperlipidêmicos.
✅ 2. Oxidação de gordura e controle de peso
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Aumento de 14 a 18% na oxidação de ácidos graxos após refeições com Palatinose.
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Menor supressão de ácidos graxos livres e maior uso de gordura como combustível, inclusive durante exercício físico.
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Redução de grelina pós-prandial sugere potencial efeito na saciedade.
✅ 3. Função endotelial e saúde cardiovascular
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Em adultos com sobrepeso, a Palatinose preserva a dilatação mediada por fluxo (FMD) após refeições, especialmente em resistentes à insulina.
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Redução do estresse metabólico e da inflamação pós-prandial.
Aplicações Esportivas
🏃♂️ Performance e estabilidade glicêmica:
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A Palatinose mantém níveis de glicose mais estáveis durante exercícios prolongados.
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Reduz a hipoglicemia rebote em comparação com maltodextrina.
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Menor liberação de epinefrina e insulina durante esforço físico.
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Bem tolerada e segura em protocolos de ingestão intra-treino.
Conclusão
A Palatinose® representa uma alternativa funcional e segura aos carboidratos de alto índice glicêmico. Seus benefícios vão além da resposta glicêmica: incluem melhora da oxidação de gorduras, preservação da função vascular e estabilidade energética. Seu uso é especialmente indicado para pessoas com resistência à insulina, síndrome metabólica, diabetes tipo 2 e atletas que buscam maior controle metabólico durante o exercício.
ESTUDOS CIENTÍFICOS
Título: Isomaltulose (Palatinose®): a review of biological and toxicological studies
Autores: B.A.R. Lina, D. Jonker, G. Kozianowski
Publicação: Food and Chemical Toxicology, 2002
Introdução
A isomaltulose (Palatinose®) é um dissacarídeo redutor composto por glicose e frutose ligadas por uma ligação α-1,6. Ocorre naturalmente no mel e no caldo de cana-de-açúcar. Produzida comercialmente a partir da sacarose por rearranjo enzimático, é utilizada no Japão desde 1985 como substituto não cariogênico da sacarose, sendo especialmente favorável para diabéticos e indivíduos com predisposição ao diabetes. Suas propriedades físico-químicas são semelhantes às da sacarose, mas com menor poder adoçante e maior estabilidade em condições ácidas.
Estudos Bioquímicos
Digestão:
· A isomaltulose é hidrolisada completamente no intestino delgado, mas em uma taxa mais lenta que a sacarose e a maltose.
· Estudos in vitro e in vivo (ratos, porcos e humanos) confirmam que a hidrólise é catalisada pela enzima isomaltase, presente no complexo sacarase-isomaltase.
· A absorção dos monossacarídeos resultantes (glicose e frutose) segue as vias metabólicas habituais.
Metabolismo:
· Após a absorção, a glicose e a frutose são metabolizadas normalmente.
· A administração oral de isomaltulose resulta em aumentos mais lentos e menores nos níveis de glicose e insulina no sangue, comparados à sacarose, o que a torna adequada para diabéticos.
· Estudos com administração intravenosa em cães e ratos indicam que a isomaltulose é parcialmente metabolizada ou excretada na urina. Em humanos, a excreção renal é predominante.
Estudos Toxicológicos
Toxicidade Subcrônica:
· Em ratos, doses elevadas (até 7,0 g/kg/dia em machos e 8,1 g/kg/dia em fêmeas) não causaram efeitos adversos em parâmetros como peso corporal, hematologia, química clínica ou histopatologia.
· Um estudo de 26 semanas com doses de até 4,5 g/kg/dia também não revelou toxicidade significativa.
Embriotoxicidade/Teratogenicidade:
· Em ratas prenhas, doses de até 7 g/kg/dia não induziram toxicidade materna, efeitos embriotóxicos ou teratogênicos nos fetos.
· Mutagenicidade:
· A isomaltulose foi não mutagênica no teste de Ames, realizado com e sem ativação metabólica.
Estudos em Humanos
Tolerância Gastrointestinal:
· Altas doses (até 50 g/dia) foram bem toleradas, sem desconforto intestinal, em indivíduos saudáveis e diabéticos.
· Estudos de longo prazo (12 semanas) com doses crescentes (12–48 g/dia) não mostraram diferenças significativas em comparação com a sacarose.
Resposta Glicêmica e Insulínica:
· A isomaltulose causa aumentos mais graduais e menores nos níveis de glicose e insulina no sangue, sendo vantajosa para diabéticos.
· Em voluntários saudáveis e diabéticos, a resposta glicêmica foi significativamente menor após a ingestão de isomaltulose em comparação com a sacarose.
Metabolismo Lipídico:
Não foram observados efeitos adversos nos níveis de lipídios sanguíneos (colesterol total, LDL, HDL e triglicerídeos) em humanos ou animais.
Discussão e Conclusão
A isomaltulose é um substituto seguro da sacarose, com vantagens como baixo potencial cariogênico e resposta glicêmica atenuada. Seu perfil toxicológico é favorável, sem evidências de toxicidade, mutagenicidade ou efeitos adversos em estudos com animais e humanos. A hidrólise completa no intestino delgado garante boa tolerância, mesmo em doses elevadas.
Conclusão Final: O uso da isomaltulose como açúcar alternativo é tão seguro quanto o de outros açúcares digestíveis, como a sacarose, sendo uma opção adequada para aplicações alimentares, especialmente para diabéticos e produtos não cariogênicos.
Destaques:
· Substituto seguro da sacarose, natural e não cariogênico.
· Ideal para diabéticos – libera glicose e insulina de forma mais lenta e controlada.
· Bem tolerado mesmo em altas doses (até 50g/dia), sem efeitos gastrointestinais.
· Sem toxicidade em estudos com animais e humanos, nem riscos para gestantes.
Conclusão: A isomaltulose é uma opção segura e funcional para alimentos, combinando doçura equilibrada e benefícios metabólicos.
Referência:
LINA, B. A. R.; JONKER, D.; KOZIANOWSKI, G. Isomaltulose (Palatinose®): a review of biological and toxicological studies. Food and Chemical Toxicology, v. 40, n. 10, p. 1375–1381, out. 2002.
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Artigo: Postprandial substrate use in overweight subjects with the metabolic syndrome after isomaltulose (PalatinoseTM) ingestion.
Contexto e Objetivos
· Objetivo: Investigar os efeitos metabólicos pós-prandiais e durante exercício físico da isomaltulose (Palatinose™), um carboidrato de baixo índice glicêmico (IG), comparado a uma mistura convencional de glicose/sacarose (alto IG), em indivíduos com sobrepeso, resistência à insulina e síndrome metabólica.
· Justificativa: Dietas com baixo IG têm sido associadas a melhorias no controle glicêmico, oxidação de gordura e redução de riscos cardiometabólicos. Este estudo busca entender se a isomaltulose pode modular beneficamente o metabolismo energético nessa população.
Metodologia
Desenho do Estudo: Ensaio clínico randomizado, cruzado e duplo-cego, com 20 homens (32–64 anos) com síndrome metabólica.
Intervenções:
· Refeições: Café da manhã e almoço contendo 50 g de isomaltulose ou glicose/sacarose.
· Exercício: 30 minutos de caminhada moderada (4 km/h) 2 horas após o café da manhã.
Avaliações:
· Glicemia e insulinemia: Medidas em jejum e em intervalos pós-prandiais.
· Oxidação de substratos: Calculada por calorimetria indireta (razão de troca respiratória).
· Lipídios séricos: Ácidos graxos livres, triglicerídeos e colesterol.
Resultados
1. Respostas Glicêmicas e Insulinêmicas:
· A isomaltulose reduziu significativamente os picos de glicose e insulina pós-prandiais (área sob a curva incremental 30–50% menor vs. glicose/sacarose; P < 0.05).
· A insulina permaneceu mais estável durante o exercício e recuperação.
2. Oxidação de Gorduras:
· Aumento de 18% na oxidação de gordura com isomaltulose (P < 0.05), especialmente nas primeiras 2 horas pós-refeição e durante o exercício.
· Menor supressão de ácidos graxos livres no sangue, indicando maior disponibilidade para oxidação.
3. Lipídios Séricos:
· Sem diferenças significativas em triglicerídeos ou colesterol total entre os grupos.
4. Gasto Energético:
· Tendência de maior gasto calórico total com isomaltulose (P = 0.06).
Discussão e Conclusões
Mecanismo Proposto: A liberação lenta de glicose e frutose pela isomaltulose reduz a demanda por insulina, favorecendo a oxidação de gordura e evitando acúmulo de lipídios intracelulares.
Implicações Clínicas:
· Controle de Peso: Maior oxidação de gordura pode auxiliar no manejo da obesidade e síndrome metabólica.
· Diabetes e Risco Cardiovascular: Respostas glicêmicas atenuadas podem reduzir riscos associados à hiperinsulinemia crônica.
Limitações: Curta duração do estudo (1 dia); efeitos de longo prazo não avaliados.
Relevância Prática
· A substituição parcial de carboidratos de alto IG por isomaltulose em dietas pode ser uma estratégia promissora para:
· Melhorar o metabolismo pós-prandial em indivíduos com resistência à insulina.
· Potencializar a oxidação de gordura durante exercício físico.
· Auxiliar no controle glicêmico e redução de riscos cardiometabólicos.
Referências
KÖNIG, D. et al. Postprandial substrate use in overweight subjects with the metabolic syndrome after isomaltulose (PalatinoseTM) ingestion. Nutrition, v. 28, n. 6, p. 651–656, jun. 2012.
Artigo: A comparison of isomaltulose versus maltodextrin ingestion during soccer-specific exercise
Introdução
O estudo investigou os efeitos fisiológicos e de desempenho da ingestão de isomaltulose (baixo índice glicêmico - IG 32) e maltodextrina (alto IG 90-100) durante um protocolo de exercício intermitente simulado de 120 minutos, replicando as demandas de uma partida de futebol. O objetivo foi avaliar se a isomaltulose, devido à sua absorção mais lenta, poderia manter melhor a glicemia e atenuar respostas metabólicas adversas, como hipoglicemia rebote, em comparação à maltodextrina.
Métodos
· Participantes: 22 jogadores universitários de futebol (idade: 20 ± 2 anos) realizaram três testes cruzados, ingerindo bebidas com:
1. Isomaltulose (PSE)
2. Maltodextrina (MDX)
3. Placebo (PLA) (sem carboidratos).
· Protocolo:
1. Consumo de bebidas (8% de carboidratos, ~20 g/h) durante o aquecimento e no intervalo (HT), simulando práticas reais de hidratação.
2. Avaliação de desempenho físico (sprints, saltos) e técnico (chutes, dribles), além de parâmetros fisiológicos (glicemia, insulina, epinefrina, IL-6).
Resultados
1. Glicemia e Insulina:
· A isomaltulose manteve níveis de glicose 13% maiores entre 75-90 minutos vs. maltodextrina (P < 0,05).
· O declínio glicêmico no início do segundo tempo foi menor com PSE (−4% vs. −19% da MDX; P = 0,015).
· A insulina plasmática foi menor com PSE no intervalo (P = 0,031 vs. MDX).
2. Respostas Metabólicas:
· Epinefrina: PSE atenuou o aumento em 90 e 120 minutos vs. MDX e PLA (P < 0,05).
· IL-6: Nenhuma diferença significativa entre grupos, mas tendência de redução com PSE.
· NEFA e Glicerol: Ambos os carboidratos reduziram a lipólise vs. placebo.
3. Desempenho:
· Físico/Técnico: Nenhum carboidrato evitou o declínio no desempenho (sprints, saltos, chutes, dribles).
· Desconforto Abdominal: Menor com PSE e MDX vs. PLA após 60 minutos (P < 0,05).
Conclusões
· A isomaltulose manteve melhor a glicemia e reduziu a magnitude da hipoglicemia rebote no segundo tempo, além de atenuar a resposta da epinefrina.
· Embora nenhum carboidrato tenha melhorado o desempenho, a isomaltulose mostrou vantagens fisiológicas, como menor impacto na insulina e maior estabilidade glicêmica.
· Para atletas com oportunidades limitadas de ingestão durante jogos, a isomaltulose pode ser uma alternativa estratégica à maltodextrina, especialmente em contextos de exercício prolongado.
Implicações Práticas
O estudo sugere que bebidas com baixo IG (como isomaltulose) podem ser preferíveis em situações onde a hidratação/nutrição é restrita (ex.: intervalos de jogo), minimizando flutuações glicêmicas e respostas hormonais adversas, sem aumentar o desconforto gastrointestinal.
Limitações
· O estudo não mediu glicogênio muscular, limitando a análise do impacto metabólico.
· A dose de carboidratos (~20 g/h) foi baixa, o que pode explicar a ausência de efeitos no desempenho.
Referências
STEVENSON, E. J. et al. A comparison of isomaltulose versus maltodextrin ingestion during soccer-specific exercise. European Journal of Applied Physiology, v. 117, n. 11, p. 2321–2333, 19 set. 2017.
O estudo intitulado "Novel findings on the metabolic effects of the low glycaemic carbohydrate isomaltulose (Palatinose™)" investiga os efeitos metabólicos da isomaltulose, um dissacarídeo de baixo índice glicêmico (IG 32), em comparação com a sacarose. Realizado em três ensaios clínicos, o artigo demonstra que a isomaltulose é completamente digerida e absorvida no intestino delgado, promovendo uma liberação prolongada de glicose no sangue e respostas insulinêmicas mais baixas. Além disso, o consumo regular de isomaltulose por indivíduos hiperlipidêmicos mostrou-se bem tolerado, com potenciais benefícios metabólicos, como redução da glicemia em jejum e da resistência à insulina. Os resultados sugerem que a isomaltulose pode ser uma alternativa vantajosa a carboidratos de alto IG em dietas voltadas para o controle glicêmico e redução de riscos cardiometabólicos.
Introdução
A isomaltulose (Palatinose™) é um dissacarídeo composto por glicose e frutose ligadas por uma ligação α-1,6-glicosídica, encontrado naturalmente no mel e no caldo de cana. Com IG baixo (32), sua digestão lenta e absorção completa no intestino delgado resultam em liberação sustentada de glicose e menor pico insulinêmico, características desejáveis para o controle glicêmico e redução de riscos associados a diabetes e doenças cardiovasculares. Este estudo buscou:
1. Confirmar a digestibilidade e absorção da isomaltulose em humanos.
2. Avaliar suas respostas glicêmicas e insulinêmicas pós-prandiais.
3. Investigar efeitos metabólicos do consumo regular em indivíduos hiperlipidêmicos.
Métodos
Ensaio 1 – Digestibilidade em Ileostomizados
· Participantes: 10 indivíduos com ileostomia consumiram duas refeições contendo 50 g de isomaltulose (líquida e sólida).
· Análises: Medição da excreção de isomaltulose e seus monossacarídeos (glicose/frutose) no efluente ileal por cromatografia gasosa.
Ensaio 2 – Respostas Glicêmicas e Insulinêmicas
· Desenho: Estudo cruzado com 10 voluntários saudáveis que ingeriram 50 g de isomaltulose ou sacarose.
· Métricas: Glicemia capilar e insulinemia plasmática por 3 horas pós-ingestão.
Ensaio 3 – Consumo Regular em Hiperlipidêmicos
· Participantes: 20 indivíduos hiperlipidêmicos consumiram 50 g/dia de isomaltulose ou sacarose por 4 semanas, em dieta controlada.
· Avaliações: Lipídios sanguíneos, glicose, insulina, HOMA-IR, e marcadores de risco cardiovascular.
Resultados
1. Digestibilidade e Absorção:
· A isomaltulose foi 95,5–98,8% digerida e 93,6–96,1% absorvida, independentemente da matriz alimentar (líquida/sólida).
2. Respostas Glicêmicas:
· Menor pico glicêmico com isomaltulose vs. sacarose (área sob a curva: 118 vs. 184 min × mmol/L; P = 0,037).
· Resposta insulinêmica 50% menor (227,8 vs. 470,1 pmol/L; P = 0,005).
3. Efeitos Metabólicos em Hiperlipidêmicos:
· Redução significativa na glicemia em jejum (5,3 para 4,9 mmol/L; P = 0,002) e HOMA-IR (4,6 para 3,8; P = 0,036) após 4 semanas com isomaltulose.
· Sem alterações nos lipídios sanguíneos (colesterol, TAG, HDL, LDL) ou marcadores inflamatórios.
· Boa tolerância gastrointestinal, sem diferenças vs. sacarose.
Discussão
· Disponibilidade Intestinal: A isomaltulose é completamente absorvida, corroborando estudos prévios in vitro.
· Benefícios Metabólicos:
1. Liberação prolongada de glicose atenua flutuações glicêmicas, ideal para diabéticos e atletas.
2. Melhora na sensibilidade à insulina (HOMA-IR) sugere potencial para prevenção de diabetes, embora sem diferença significativa vs. sacarose no longo prazo.
· Limitações: Efeitos modestos em indivíduos hiperlipidêmicos sem diabetes, indicando que benefícios podem ser mais pronunciados em populações com maior disfunção metabólica.
Conclusão
A isomaltulose é uma alternativa viável a carboidratos de alto IG, com digestão lenta, absorção completa e perfil metabólico favorável. Seu consumo regular é seguro e pode beneficiar o controle glicêmico, especialmente em indivíduos com risco cardiometabólico.
Referências
HOLUB, I. et al. Novel findings on the metabolic effects of the low glycaemic carbohydrate isomaltulose (PalatinoseTM). British Journal of Nutrition, v. 103, n. 12, p. 1730–1737, 9 mar. 2010.
O estudo "Efficacy of Isomaltulose Compared to Sucrose in Modulating Endothelial Function in Overweight Adults" investigou os efeitos agudos da isomaltulose (baixo IG) e da sacarose (alto IG) na função endotelial (FE), um marcador precoce de risco cardiovascular. Em um ensaio cruzado duplo-cego, 80 adultos com sobrepeso e hipertensão leve consumiram 50 g de isomaltulose ou sacarose. A função endotelial foi avaliada por dilatação mediada por fluxo (FMD) antes e após a ingestão. Os resultados mostraram que a isomaltulose atenuou o declínio pós-prandial da FMD em comparação com a sacarose, especialmente em indivíduos resistentes à insulina. O estudo sugere que a isomaltulose pode ser uma alternativa benéfica para preservar a saúde vascular, particularmente em populações com risco metabólico.
Introdução
A disfunção endotelial (DE) é um precursor de doenças cardiovasculares (DCV), associada a hiperglicemia pós-prandial e resistência à insulina. Alimentos com baixo índice glicêmico (IG), como a isomaltulose (IG 32), podem mitigar a DE devido à sua absorção lenta e liberação sustentada de glicose. Este estudo comparou os efeitos da isomaltulose e da sacarose (IG 65) na função endotelial, avaliada por FMD, em adultos com sobrepeso.
Métodos
· Desenho: Ensaio cruzado duplo-cego com 80 participantes (idade: 28–60 anos, IMC: 24,8–34,9 kg/m²).
· Intervenções: Consumo de 50 g de isomaltulose ou sacarose em bebidas cítricas, em dois dias separados por washout.
· Avaliações:
1. FMD: Ultrassom da artéria braquial antes (T0) e 1, 2 e 3 horas pós-ingestão (T1–T3).
2. Biomarcadores: Glicemia e insulinemia em T0–T3.
3. Análise de subgrupos: Participantes classificados como sensíveis (HOMA-IR < 2,5) ou resistentes à insulina (HOMA-IR ≥ 2,5).
Resultados
1. Função Endotelial (FMD):
· Isomaltulose: Preservou melhor a FMD pós-prandial, com diferença significativa em T2 (5,9% vs. 5,4% para sacarose; p = 0,047).
· Sacarose: Declínio mais acentuado em T1 (ΔFMD = −0,74% vs. −0,40% para isomaltulose).
2. Respostas Metabólicas:
· Glicemia: Níveis mais estáveis com isomaltulose, mas sem diferença significativa devido ao intervalo limitado de coleta (60 min).
· Insulina: Resposta mais moderada com isomaltulose, exceto em T1.
3. Subgrupo Resistente à Insulina (IR):
· Declínio mais acentuado na FMD com sacarose (ΔFMD = −1,74% em T1), atenuado pela isomaltulose (ΔFMD = −0,81%).
Discussão
Mecanismos: A isomaltulose pode reduzir o estresse oxidativo e a inflamação pós-prandial, preservando a produção de óxido nítrico (NO) endotelial.
Relevância Clínica: Indivíduos IR beneficiam-se mais da isomaltulose, destacando seu potencial em estratégias nutricionais para redução de risco cardiovascular.
Limitações:
1. Amostra pequena para subgrupos.
2. Coleta de sangue em intervalos largos (60 min), possivelmente perdendo picos glicêmicos iniciais.
Conclusão
A isomaltulose demonstrou superioridade na preservação da função endotelial pós-prandial em comparação com a sacarose, especialmente em indivíduos resistentes à insulina. Substituir sacarose por isomaltulose pode ser uma estratégia viável para melhorar a saúde vascular em populações de risco.
Palavras-chave: Isomaltulose, função endotelial, índice glicêmico, resistência à insulina, saúde cardiovascular.
Implicações Práticas: A isomaltulose pode ser incorporada em dietas para controle glicêmico e proteção vascular, especialmente em indivíduos com obesidade ou diabetes. Estudos futuros devem explorar efeitos a longo prazo e em populações com DCV estabelecida.
Referências
DE GROOT, E.; SCHWEITZER, L.; THEIS, S. Efficacy of Isomaltulose Compared to Sucrose in Modulating Endothelial Function in Overweight Adults. Nutrients, v. 12, n. 1, p. 141, 3 jan. 2020.
Título:
Reduced glycaemic and insulinaemic responses following isomaltulose ingestion: implications for postprandial substrate use
Autores:
Judith G. P. van Can, T. Herman IJzerman, Luc J. C. van Loon, Fred Brouns, Ellen E. Blaak
Publicação:
British Journal of Nutrition (2009), 102, 1408–1413
Objetivo
Comparar as respostas metabólicas pós-prandiais à ingestão de sacarose e isomaltulose, testando a hipótese de que a isomaltulose, devido à sua digestão mais lenta, resultaria em menores respostas glicêmicas e insulinêmicas e maior oxidação de gordura.
Métodos:
· Desenho do Estudo: Ensaio cruzado, randomizado e simples-cego com 10 indivíduos com sobrepeso.
· Intervenções: Os participantes ingeriram bebidas contendo 75 g de carboidratos (sacarose ou isomaltulose) após jejum noturno e com uma refeição padronizada.
· Medidas: Coletas de sangue a cada 30 minutos por 3 horas para análise de glicose, insulina, ácidos graxos não esterificados (NEFA) e triacilgliceróis (TAG). A oxidação de substratos foi avaliada por calorimetria indireta e amostras de ar expirado.
Resultados Principais:
1. Respostas Glicêmicas e Insulinêmicas:
· A isomaltulose resultou em menores picos de glicose e insulina em comparação com a sacarose.
· A área sob a curva (AAUC) para glicose e insulina foi significativamente menor com isomaltulose, especialmente quando ingerida com uma refeição mista.
2. Oxidação de Gorduras:
· A oxidação de gordura pós-prandial foi 14% maior com isomaltulose em comparação com a sacarose (P=0,02).
· Menor supressão das concentrações de NEFA com isomaltulose, indicando maior liberação de ácidos graxos.
3. Peptídeos Reguladores de Saciidade:
· Níveis de grelina foram menores após a ingestão de isomaltulose, sugerindo um possível efeito na regulação do apetite.
Conclusões:
· A isomaltulose, por ser digerida e absorvida mais lentamente, reduz as respostas glicêmicas e insulinêmicas pós-prandiais, promovendo maior oxidação de gordura.
· Substituir carboidratos de alto índice glicêmico por fontes de digestão lenta, como a isomaltulose, pode ser uma estratégia nutricional eficaz para melhorar o metabolismo energético e reduzir distúrbios metabólicos associados à obesidade.
Implicações:
· O uso de isomaltulose em substituição à sacarose pode beneficiar o controle do peso corporal e a sensibilidade à insulina, especialmente em indivíduos com sobrepeso ou risco de diabetes tipo 2.
Referência
VAN CAN, J. G. P. et al. Reduced glycaemic and insulinaemic responses following isomaltulose ingestion: implications for postprandial substrate use. British Journal of Nutrition, v. 102, n. 10, p. 1408–1413, 11 ago. 2009.
O estudo intitulado "Metabolic, hormonal and performance effects of isomaltulose ingestion before prolonged aerobic exercise: a double-blind, randomised, cross-over trial" investigou os efeitos da ingestão de isomaltulose, um carboidrato de baixo índice glicêmico, em comparação com glicose e maltodextrina, durante exercícios aeróbicos prolongados. A pesquisa focou em respostas metabólicas (como oxidação de gordura e carboidratos), hormonais (insulina e GIP) e de desempenho, além de avaliar o desconforto gastrointestinal. Os resultados mostraram que a isomaltulose reduziu as flutuações de glicose no sangue e os níveis basais de insulina e GIP, mas não afetou o desempenho ou a oxidação de substratos durante o exercício.
Introdução
Carboidratos são uma fonte primária de energia durante exercícios prolongados, e suas propriedades, como o índice glicêmico (IG), influenciam as respostas metabólicas e hormonais. A isomaltulose, um dissacarídeo de absorção lenta, tem sido discutida como uma alternativa de baixo IG, potencialmente benéfica para o desempenho devido à sua capacidade de manter níveis estáveis de glicose no sangue e promover oxidação de gordura. No entanto, estudos anteriores apresentaram resultados inconsistentes, destacando a necessidade de mais pesquisas, especialmente em corridas prolongadas.
Objetivos
O estudo teve como objetivo principal analisar os efeitos da isomaltulose nas taxas de oxidação de gordura e carboidratos, níveis de glicose no sangue e concentrações de insulina e GIP. Como objetivos secundários, avaliou-se o desempenho em corrida e o desconforto gastrointestinal.
Métodos
Vinte e um corredores recreacionais do sexo masculino realizaram um teste de corrida em esteira com 70 minutos a 70% da velocidade máxima (Vmax), seguido por um teste de exaustão a 85% Vmax. Eles ingeriram 50 g de isomaltulose, maltodextrina ou glicose em um estudo cruzado e duplo-cego. Foram coletadas amostras de sangue para análise de glicose, insulina e GIP, além de dados espirométricos para calcular as taxas de oxidação. O desconforto gastrointestinal foi registrado subjetivamente.
Resultados
· Metabolismo: Não houve diferenças significativas nas taxas de oxidação de gordura ou carboidratos entre os carboidratos testados.
· Glicose e Hormônios: A isomaltulose resultou em menores concentrações basais de glicose, insulina e GIP em comparação com maltodextrina e glicose, além de reduzir as flutuações de glicose durante o exercício.
· Desempenho: Nenhuma diferença foi observada no tempo até a exaustão entre os grupos.
· Desconforto Gastrointestinal: Não houve diferenças significativas entre os carboidratos.
Conclusão
A isomaltulose demonstrou benefícios na estabilização da glicose e na modulação hormonal, mas não impactou o desempenho ou o metabolismo durante o exercício. A dose de 50 g foi bem tolerada, sem efeitos adversos. Estudos futuros devem explorar doses maiores e aplicações em populações específicas, como diabéticos.
Referência
NOTBOHM, H. L. et al. Metabolic, hormonal and performance effects of isomaltulose ingestion before prolonged aerobic exercise: a double-blind, randomised, cross-over trial. Journal of the International Society of Sports Nutrition, v. 18, n. 1, 2 jan. 2021.